Quais as vantagens das proteínas para a saúde da mulher? A saúde feminina requer cuidados especializados e o consumo adequado de proteínas pode contribuir para a saúde de suas pacientes. Saiba como.
O mês de Março está chegando, e com ele chega também o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 08.
Essa data foi criada para exaltar a importância da mulher na sociedade e todas as suas lutas para conquistar novos espaços, mas também é uma data na qual é preciso lembrar de cuidar da saúde feminina.
Considerando que uma alimentação equilibrada é um fator essencial para a promoção de saúde e bem-estar, vamos abordar um dos nutrientes que tem grande importância para o organismo da mulher: as proteínas.
Sabemos que a saúde feminina requer cuidados especializados e orientação específica da parte de nutricionistas. E também sabemos que o consumo adequado de proteínas pode contribuir para a saúde de suas pacientes.
Veja aqui de que forma as proteínas contribuem para as diferentes funções e fases da população feminina, e de que forma você pode contribuir para um consumo proteico dentro das recomendações diárias de suas pacientes e clientes.
PROTEÍNAS NA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
Durante a gestação, inúmeras alterações metabólicas ocorrem no corpo da mulher, visando o crescimento e desenvolvimento saudáveis do feto, afetando diretamente a saúde da mulher.
Da mesma forma, durante o período em que amamenta o bebê, a mulher tem suas necessidades aumentadas devido à produção de leite materno.
Especificamente sobre as proteínas, em ambas situações a necessidade está aumentada, sendo que para gestantes saudáveis, as recomendações diárias são as seguintes:
GESTANTES:
Consumo de 60g/dia, sendo que pelo menos 50% deve ser proteínas de alto valor biológico1.
LACTANTES:
Consumo de 71g/dia2.
SAÚDE DA MULHER E MANUTENÇÃO DA MASSA MUSCULAR
Estima-se que a partir dos 50 anos, há uma diminuição de massa muscular em torno de 1 a 2% por ano, com consequente diminuição na força muscular de 1,5 a 3% por ano.3
A saúde feminina pode ser afetada por essa diminuição de forma importante. Outros estudos apontam que a força muscular sofra uma redução de 15% a partir dos 60 anos, e 30% após os 70 anos.4
Sabe-se que essa diminuição da força influencia na autonomia para realizar atividades rotineiras (como andar, sentar, e realizar tarefas domésticas simples), assim como no aumento do risco para quedas e fraturas, aumentando o risco de mortalidade principalmente entre mulheres idosas.
SAÚDE FEMININA CARDIOVASCULAR
Pesquisas apontam que 1 a cada 5 mulheres no Brasil apresenta risco de sofrer infarto. Além disso, atualmente as doenças do coração são a principal causa de morte entre mulheres, ultrapassando até mesmo outras causas, como problemas ginecológicos. 5
Um dos fatores que podem levar ao infarto são os altos níveis de colesterol no sangue – e as proteínas, como as presentes no ovo, podem contribuir para o manejo e prevenção de doenças cardiovasculares. Uma meta-análise demonstrou que o consumo de 1 ovo por dia foi associado com uma diminuição no risco de infarto agudo do miocárdio.6
VANTAGENS DAS PROTEÍNAS NO CONTROLE DE PESO
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que o excesso de peso entre mulheres brasileiras cresceu de 14,5% para 30,2%, entre os anos de 2003 e 2019. 7
Desta forma, estratégias que possam contribuir para a perda e controle do peso corporal devem ser incorporadas aos hábitos de mulheres com excesso de peso, sendo que uma delas é o consumo adequado de proteínas.
Estudos apontam que indivíduos com uma dieta rica em proteínas apresentaram maior perda de peso quando comparados a indivíduos com outras composições de dieta. Os mecanismos de ação propostos para esse tipo de efeito não estão totalmente esclarecidos, mas são sugeridas 2 hipóteses: 8
- Efeito das proteínas na promoção de saciedade, induzindo a uma menor ingestão de alimentos
- Efeito termogênico, o que geraria um aumento no gasto calórico, com consequente perda de peso.
Desta maneira, a orientação de uma ingestão adequada de proteínas – seja pelo consumo de alimentos fontes de proteínas ou por suplementos proteicos – é essencial e deve ser visto com atenção pelo profissional nutricionista, visando a promoção do bem-estar e saúde da mulher.
CONCLUSÃO
As proteínas são importantes para a saúde das mulheres, pois desempenham vários papéis cruciais no corpo. Mas para garantir uma ingestão adequada de proteínas, as mulheres devem consumir alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, ovos, laticínios, leguminosas e nozes.
Porém a quantidade necessária de proteína pode variar de acordo com a idade, peso, nível de atividade física e outros fatores individuais. É importante tanto para nós, profissionais nutricionistas, quanto para você, mulher, conhecer essas vantagens das proteínas para a saúde da mulher.
Ao obter orientação personalizada sobre as necessidades nutricionais, as mulheres poderão ter resultados bem melhores da sua saúde e bem-estar. Por isso, vale a pena ficar de olho em nossas dicas e conteúdos de blog e redes sociais. Lembre-se que o ovo e seus derivados são uma ótima sugestão em qualquer cardápio! Até a próxima!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Vitolo MR. Recomendações nutricionais para Gestantes. In: Vitolo MR. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio. 2ª ed. 2015.
Institute of Medicine. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Washington (DC): National Academy Press; 2005.
Curtis E, Litwic A, Cooper C, Dennison E. Determinants of muscle and bone aging. J Cell Physiol. 2015; 230(11): 2618–2625.
Orsatti FL, Dalanesi RC, Maestá N, Náhas EAP, Burini RC. Redução da força muscular está relacionada à perda muscular em mulheres acima de 40 anos. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum. 2011; 13(1): 36-42.
Hospital do Coração. Mulheres têm 50% de probabilidade de infarto maior quando comparada aos homens. Disponível em https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/mulheres-tem-50-de-probabilidade-de-infarto-maior-quando-comparada-aos-homens/#:~:text=Mulheres%20t%C3%AAm%2050%25%20de%20probabilidade%20de%20infarto%20maior%20quando%20comparada%20aos%20homens,-Home&text=Estudos%20m%C3%A9dicos%20apontam%20que%20no,com%20o%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde. Acesso em Fevereiro/ 23.
Alexander DD, Miller PE, Vargas AJ, Weed DL, Cohen SS. Meta-analysis of Egg Consumption and Risk of Coronary Heart Disease and Stroke. American J. Clin. Nutr. 2016; 35(8): 704-16.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa do IBGE mostra aumento da obesidade entre adultos. Disponível em https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2020/10/pesquisa-do-ibge-mostra-aumento-da-obesidade-entre-adultos. Acesso em Fevereiro/23.
Pedrosa RG, Junior JD, Tirapegui J. Dieta rica em proteína na redução do peso corporal. Rev. Nutr. 2009; 22(1):105-111.